Por Alice
Revisão: Calisto M. e May Barros
Eu não gosto de beijos, não gosto de toques com segundas intenções. Me chamem do que quiser, eu sou assim e não ligo se você concorda ou não.
Prefiro mil vezes comer uma pizza com alguém a trocar beijos ou algo a mais. Não te julgo por preferir o contrário, mas eu gostaria que você não me julgasse por ser diferente de você. Cada pessoa é única, concorda? Mas tudo bem, há tempo para pensar nisso.
Só por favor, não diga que eu ainda não achei a pessoa certa. Eu posso ter achado, mas a minha forma de demonstrar afeto é diferente da sua. Você pode querer beijos, e eu entendo isso, afinal você gosta disso. Eu não, eu sou assim: prefiro assistir um filme no cinema, dividir uma pipoca e contar piadas. São formas diferentes e não há nada de errado nisso.
Você diz que eu só não gosto por que não experimentei, certo? O que me impede de saber sem ter experimentado? Digamos que você seja um homem heterossexual: você já beijou um outro homem? Não? Como você sabe que não gosta sem ter experimentado?
Me diga, o que há de errado em não sentir atração sexual por outras pessoas? Não diga que eu estou doente, eu não estou doente. Não há nada de errado com a minha libido, ou com os meus hormônios ou o que quer que você pense que seja alguma doença. Não é uma doença, eu só não sinto atração sexual. Eu estou perfeitamente saudável, mesmo que isso não seja da sua conta.
Eu não quero que você aja igual a mim, jamais pediria isso. Também não quero que você mude seu jeito de ser, você é uma pessoa única e não deve mudar porque alguém discorda. A única coisa que eu quero é que você respeite o meu direito de ser quem eu sou, sem gostar de ninguém. Eu respeito o seu direito de sentir atração, respeite o meu de não sentir.
Sobre a autora

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